domingo, 12 de setembro de 2010

Documento Especial

Descobrir a influência de uma influência na sua vida é, como diria o ídolo vesgo desta brasila, uma explosão de sentimentos que eu não pude acreditar. Ainda mais quando o original tem dois dedinhos de carimbó de ironia, além da granolinha neste açaí de referências que é a trasheira cult brasileira: ter sido transmitido pela TV Manchete.

O criador Documento Especial e as criaturas, Documento Trololó e Repórter Boato:







segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sobre Fábio Jr.

Quando vi as fotos da Cléo na Playboy a primeira impressão que tive, que dizem por aí é a que fica, é que era o Fábio Jr. pelada. Falando nele, o rapaz que não abriu mão nem por você por niguém, a nossa síntese do putão brasileiro - putão galã, peça rara por essas bandas largas malandrianas brasileiras atuais - vira e volto me deparo ouvindo Mark Davis. Do que se trata? Da própria metade da laranja.

Antes de virar essa lenda viva que carece de pronto respeito, Fiuk Pai tentou se lançar como o cantor romântico Mark Davis, lançou o Lp arriba, e até emplacou um semi-hit em inglês (aquele sucesso que não é sucesso, tipo o Yahoo), "Don't let me Cry", essa mela cueca de primeira linha abaixo:



Detalhe para o efeitinho inicial que lembra em muito aquele som que embalava alguma armada do Didi Mocó que não dava certo nos Trapalhões.

Falando em Fiuk, olha ele aí cantando com Jorge e tirando onda com o Tim:



Tamo na busca dessa camisetinha azul Le Coq Sportif do Zico.

Encerrando esse devaneio sobre o ex-Glória Pires, Guilhermina Guinle, Patrícia de Sabrit e Mari Alexandre, um dueto risca de giz de IDH extremamente alto.

Windows 95 é lançado

"Imagens do futuro em monitores de alta definição. Sem sair do lugar, a viagem de carro é pura realidade virtual."

A Microsoft anunciou o lançamento do Windos 95. Assistam até o final, terão uma grata surpresa.



Não sei o que mais me impressionou, o lançamento em si ou o fato do César Tralli não envelhecer.

domingo, 22 de agosto de 2010

Daquele Jeito

É o XX visitando o Castelo das Pedras.

"Teardrops" dos garotos tristes do sudoeste londrino (o Alto de Pinheiros da cidade da Rainha) x "Eu vou pro Baile" da Gaiola das Popozudas de nossa eterna musa, Valeska = Skirtdrops.

DJ JAK The XX vs Gaiola das Popozudas - Skirtdrops by TheXXpancadao

Ixcrusive, tem mais desse frenesi mashupiano aqui.
Falando na Valeska, se você ainda não viu, tem que ver isso aí:



"Ela coloca um copo no bumbum da Valeska, pra ver se equilibra".

Jamaica

Nicolas Henriques, o Lúcio Ribeiro caipira, me mostrou e cá estou avisando que o Jamaica é o Jonathan da Nova Geração da galerinha "nasci na França, mas canto em inglês melhor que a Lovefoxxx".





Mais massa que isso, só MC Pelé. No Problem é o disco de estreia dos jovens, baixemos.

Fuck You



Cee-lo do Gnarls Barkley em Fuck You.
Música do ano?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Florentina e a Casa Civil

Em 2002, um candidato a deputado federal chamado Rôla rodou as marotas correntes de email de firma, naqueles gloriosos tempos que ser cool na internet era ser administrador de comunidade no mIrc e não ser vlogueiro, analista de mídias sociais e atacar de dj nas horas vagas. O senhor, vendedor de rua lá do centro de minha Aracaju, acabou se tornando em uma das sensações nacionais do sempre caricato e tradicional panteão de candidatos brasileiros que tentam ganhar votos marcando presença de maneira original nos escassos 5 segundos que tem direito no horário eleitoral.


Com o slogan "é Rôla nelas", mais criativo que 93% das piadas faladas por humoristas stand-ups amigos do cara do Jacaré Banguela, o senhor acabou aparecendo no Fantástico, em uma época que o show da vida ainda reunia a família brasileira no sofá da casa aos domingos a noite. Foi eleito? Não foi. Eu me lembro dele? Sim. Sei em que deputado federal meu pai votou naquele ano (quando eu ainda não tinha idade para votar)? Não.

Rôla era mais um dos muitos candidatos que ao troco de alimentar uma utópica cogitação de se transformar em representante popular no congresso deste país, se prestam, direta ou indiretamente, a tirar uma risada do eleitor e abrilhantar o enfadonho trecho do horário eleitoral reservado a deputados e vereadores. Tomado por gente que gasta mais tempo falando em quem apoia para os cargos majoritários, tais momentos são os principais agentes que fazem com que minha mãe se irrite quando aquela voz que, ao falar dos filmes da Sessão da Tarde se empolga pra valer com uma galera da pesada, nestes momentos solta em tom sério e seco o tradicional "interrompemos nossa programação...".

Rôla era mais um dos candidatos do time de figurões que fazem do horário político um programa legal.

Nesta terça começaram os reclames eleitoreiros de 2010 e, como já esperava, reapareceu um tipinho de pessoa que tem na superficialidade a sua principal parceira: o inteligentão decepcionado. Pior, agora com uma novo local para divulgar seus pioneiros pontos de vistas, as redes sociais.

É fácil achar um desses. Abra agora seu perfil no Facebook ou no Twitter, e confira rapidinho a quantidade de gente que do nada se interessou por política e reclamou que o Brasil é uma vergonha por deixar que o Tiririca fosse candidato de alguma coisa. Muito cuidado com estas figuras. Dotados de conhecimentos políticos de fazer o Metro parecer a Piauí, eles são capazes de passar 4h30 falando mal da Dilma em uma mesa de bar, mesmo sem saber o que é o Ministério da Casa Civil.

Estas mesmas figuras que reclamam do Tiririca, que, como a maioria disparada de candidatos do tipo, não deverá ser eleito, alimentam o tradicional complexo de inferioridade aliado a tudo que é original do Brasil. Assim, se permeia uma sensação de "isso só existe aqui, que vergonha", quando nem devem se lembrar (ou saber), que a atriz pornô italo-hungara Cicciolina foi deputada eleita na Itália e que a Sarah Palin, uma republicana de ultra-direita, defensora do criacionismo (Adão e Eva, filho), dois anos atrás era candidata a vice em uma chapa para a presidência do EUA. Isso pra não falar do Schwarzenegger.

E o abestado só querendo alimentar a família dele!

Pois bem, sou do pensamento que estas figuras icônicas, como o autor de Florentina, são fundamentais para a manutenção do processo eleitoral brasileiro. São eles que puxam a atenção do público para o horário eleitoral, que pode ser dispersada para quem realmente esta ali para mostrar alguma coisa diferente, o que - como eu, você e até o inteligentão sabe - são raros. Digo mais, são eles que te distraem do mar de lugares comuns de propostas que soavam originais lá em 1913. Propostas estas sem diferenciais (ou sem tempo para serem apresentadas como isto) que se fossem exclusivamente o tópico debatido ali, deixariam o horário político mais chato do que já é.

Em uma eleição que descamba para chatice, para o medo de mexer com "quem não deve", mesmo que ele carregue um mar de poréns dignos de discussão, estes caras alimentam uma mínima vontade de parar pra ver a propaganda eleitoral. Aí nesse momento se levanta o inconformado e solta aquela máxima: "po, mas as pessoas deveriam se interessar por ele por outros motivos, e não pelo Ronaldo Ésper candidato".

Esse é aquele mesmo cara que fala "o esporte brasileiro não tem apoio, você vê alguma partida de handball na tv aberta?" e eu respondo, "meu amigo, você assistiria uma partida de handball na tv aberta?". Ou seja, o cara é o espelho do próprio problema. Um problema sistemático que não será mudado da noite para o dia, principalmente em um contexto global onde não se há causa para lutar. Por isso, amigão, fica a dica, não se indigne com o Tiririca ou com o Maguila. Eles não serão eleitos, fizeram seu dia mais feliz e te renderam uma twittada descolada. Afinal é sempre bom lembrar que você não esqueceu do Sérgio Mallandro candidato em 2008, mas provavelmente não se lembra de quem votou pra vereador naquele ano.